quinta-feira, 17 de abril de 2008

Caso de Isabella Nardoni: A posição da mídia e da sociedade

Mayara Campbell e Patrícia Rapôso

O caso Isabella Nardoni tem gerado polêmicas. A principal delas gira em torno da autoria do crime, que resultou na morte da menina, em São Paulo. Para a polícia, não há duvidas: a madrasta Ana Carolina Jatobá teria enforcado a vítima. E o pai, Alexandre, atirado a própria filha pela janela do apartamento. Os advogados de defesa do casal, por sua vez, sustentam que ele é inocente. Já a policia continua apostando na acusação. Para a mestra em Educação e Cultura, Marlene Fernandes, a mídia tem que ter muito cuidado ao abordar esses tipos de casos, e não pode pré-julgar ninguém.

- Do ponto de vista da sociedade democrática, nenhuma pessoa pode ser julgada, sem antes sair a declaração da Justiça. Mas a revolta faz com que a sociedade fique abalada e, dessa maneira, julga sem provas concretas – argumenta.

Para Marlene, a mídia está tendo mais cuidado ao lidar com o Caso Isabella: "Na década de 80, não houve o mesmo tato no caso da Escola de Base, quando seus proprietários foram acusados de abusar sexualmente de crianças. Na ocasião, a mídia espetacularizou a falsa denúncia e, sem nenhuma prova, lançou manchetes reproduzidas como se fosse uma onda espalhada pelo país", lembra.

A mídia também está massacrando a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira: "Estão tratando-a como se fosse uma celebridade. Um repórter chegou a perguntar se ela pretendia casar e ter filhos novamente. Para mim, isso é um absurdo, porque a relação dela com o caso não tem nada a ver com sua vida pessoal", salienta Marlene. A professora entende que a postura da mãe de Isabella é totalmente aceitável. "Ela está esperando que a justiça seja feita, para que, assim, siga sua vida e consiga lidar melhor com a dor da perda", analisa.

A coordenadora do Curso de Comunicação Social, Ana Lúcia Corrêa de Souza, acredita que a imprensa está fazendo o que precisa ser feito. "Se o papel da mídia for registrar os fatos oficiais, ela não está sendo sensacionalista", afirma. No entanto, a coordenadora diz que houve uma repressão sobre a abordagem do caso. "A imprensa mudou um pouco a forma de divulgar (o caso), por conta da observação de alguns setores - Observatório da Imprensa - para que não se repita o caso da Escola Base", adverte.

Ainda de acordo com a coordenadora, esse é um caso em que os jornais deveriam fazer uma investigação independente. "Eles poderiam contratar peritos para fazer testes e comparar com os resultados oficiais, divulgados pela polícia", diz.

As investigações sobre o crime continuam em andamento e a polícia pode pedir a prisão preventiva do casal a qualquer momento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tb não concordo com a forma que a peopulação trata essas pessoas. Se culpados ou não, não cabe a nós fazer o julgamento.

Carecajow disse...

Esse caso assusta, pois os perfis supostos assassinos, se confunde com a maioria dos cidadãos, não tem como se desviar desse tipo de gente, pois exatamente como nós.

A seguinte pergunta é que não quer calar, por que?

"Viver é muito perigoso!"

Carecajow disse...

Olá, Patricia respondendo a sua pergunta como encontrei o entrelinhas, fiz uma pesquisa do escritores de blog de Resende, fui entrando em alguns, achei o blog interessante, e deixei um comentario, simples!!!

Parabens pelo blog, muito bem escrito, gostei. Eu ainda estou no inicio tenho muito o que pensar ainda, modificar algumas coisas, é isso!!

Um abraço