quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Como a Televisão influencia sua vida?



Professores do UBM analisam a programação da telinha e contam suas expectativas sobre a TV Digital


Thereza Gerhard


"Senhoras e senhores telespectadores, boa noite”. Assim Yara Lins iniciou o primeiro programa de televisão da América Latina pela Rede Tupi, no dia 18 de setembro de 1950. Assim fora apresentada ao Brasil a primeira transmissão televisiva. As imagens, ainda em preto e branco, eram complementadas por um mundo de sons. Porém, com mais dinamização que o cinema, num aparelho que cabia dentro de casa e nos mostrava o cotidiano ou o espetáculo. Hoje, depois de várias experiências, imitações, reinvenções de programas, telejornais, novelas e seriados, a televisão merece ser discutida. Há quem acredite que ela é um meio de comunicação de massa ou um fenômeno cultural. Há os que a consideram banal ou formadora de opinião. Qual será a importância e o nível de influência que a televisão exerce sobre a população brasileira?


Vida Privada na tevê

O momento em que a sociedade e a televisão vivem, segundo a professora Marlene Fernandes, é de exposição da vida privada. Programas como o Big Brother, Ídolos, Super Nanny e Aprendiz mostram pessoas comuns para o telespectador comum. De acordo com a professora, estes formatos não possuem criatividade, mostram o óbvio e apenas empobrecem a população. Isso reflete, segundo a estudiosa, a crise da sociedade contemporânea.

A televisão deveria ser um meio cultural de grande importância. No entanto, no Brasil ela atende a um objetivo muito mais comercial do que de utilidade pública. Para Marlene, o telejornalismo brasileiro é útil, dito “neutro”, mas sem profundidade. “Até os comentaristas apenas repetem o que o repórter relatou na matéria”, diz.

Para Marlene, é necessário pagar para obter qualidade. “Na TV a cabo ou por assinatura há programas inteligentes e criativos como o Saia Justa, com Mônica Waldvogel, e Globo News Painel, com William Waack”. Na TV aberta, Marlene arrisca dizer que só as minisséries de época são assistíveis. “Não levam à reflexão, porém são bem produzidas”, analisa. O professor de telejornalismo, Fernando Pedrosa, cita outros programas que considera de qualidade: Canal Livre, da Band; Roda Viva, da TV Cultura; Altas Horas, com o apresentador Serginho Groisman e a minissérie Pedra do Reino baseada na obra literária de Ariano Suassuna, ambos da Rede Globo.

Com a TV Digital, a professora acredita que novos caminhos se abram e haja uma segmentação criativa importante. E com a possibilidade das televisões abertas possuírem mais de um canal digital, Marlene torce para que não se amplie “a mediocridade reinante”.


Se está dando audiência para que mudar?

Pedrosa acredita que num país onde se lê pouco, a televisão e o rádio possuem papéis fundamentais como fontes de informação e veículos de formação de opinião. “É interessante verificar que mesmo com um nível cultural baixo, os brasileiros não são desinformados”, declarou. Uma das qualidades da tevê é justamente esta: permitir o acesso à informação independente do poder aquisitivo dos espectadores.

Porém, o professor adverte que para confiar na informação transmitida pela televisão é necessário lembrar que, como qualquer outro veículo de comunicação, ela segue a linha editorial de cada emissora e o conteúdo será transmitido de acordo com os interesses da mesma.

O telejornalismo brasileiro, ainda de acordo com Fernando Pedrosa, é feito com qualidade. No entanto, alguns casos como o acidente da TAM e do World Trade Center deixam claro que as emissoras têm dificuldade de lidar com acontecimentos inesperados. “A mídia engoliu barriga (veiculou um fato falso, mas sem intenção de enganar o telespectador; uma mancada) e não soube identificar nem informar o que realmente aconteceu”, afirmou.

Pedrosa também faz uma análise da TV Digital: “A expectativa é de que a televisão inove muito mais e novas fórmulas sejam testadas”, disse. Por enquanto, para ele, a TV por assinatura ainda é a melhor opção porque é mais segmentada e possui variedade de atrações. A TV aberta não difunde a cultura e é, praticamente, imexível: “Se está dando audiência, para que mudar?”, salienta.


Matéria publicada na edição 43 do Informativo Entrelinhas.
Ilustração publicada no site Salvation que traz um texto crítico sobre a tevê.

4 comentários:

David Monsores disse...

Therezaaaa!!!!
Tu vai ser uma puta Jornalista, tenho certeza.
Muito interessante teu Blog, tem muito profissionalismo na estrutura dos comentários, bacana mesmo, e essa materia sobre a Tv, acho que é extremamente importante, vejo a Tv como um fator cultural, principalmente na sociedade contemporânea, acho que o assunto deve sim ser discutido e exposto. parabéns e beijão pra tii!!

Tristan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tristan disse...

Oi!
Finalmente pude ver seu blog com tempo.
Eu não vou mandar este comentário p/ vc por e-mail, vou esperar vc olhar aqui msm.
No momento vou escanear os entrelinhas p/ o arquivo.

O Blog está ótimo!
Bjo! Te amo!

Eu

p.s.: Como se faz para trocar esse Tristan (é meu apelido de jogo, nem lembro como coloquei ele aí)

Tristan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.