quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O outro lado

Palavra de um amante da TV


Thereza Gerhard

Em entrevista ao Observatório da Imprensa, o professor da USP e da PUC/SP Arlindo Machado disse que os teóricos da comunicação acostumaram as pessoas a encararem a televisão como um meio popularesco, "de massa" no pior sentido possível da palavra, e, ainda de acordo com ele, isto impediu que fossem analisadas experiências poderosas e fundamentais para inserir esse meio no panorama da cultura. “A despeito de todos os discursos popularescos e mercadológicos que tentaram e ainda tentam explicá-la, a televisão acumulou um repertório de obras criativas muito maior do que normalmente se supõe, um repertório suficientemente denso e amplo para que se possa incluí-la sem esforço entre os fenômenos culturais mais importantes de nosso tempo”, afirmou.

Arlindo Machado, declarou ser apaixonado por televisão. Há muita programação ruim na telinha, mas para ele, ainda há vida inteligente por lá. Alguns exemplos de pessoas com criatividade e senso crítico são: Marcelo Tas, Maurice Capovilla, João Moreira Salles, Sandra Kogut, Walter Salles, Paulo Morelli, Guel Arraes, Dario Vizeu, Pedro Vieira, Walter Avancini, Cristina Fonseca, Eder Santos, Cláudio Manuel, Astrid Fontenelle, Soninha. A fim de sair da banalidade e curtir programas de qualidade é preciso apenas selecionar. “O espectador de cinema escolhe o filme que vai ver antes de sair de casa, o leitor de romances escolhe o livro que vai ler, por que então o espectador de televisão não deveria selecionar o que vai entrar no seu aparelho?”, questiona. Vale a pena sentar em frente à tevê e zapear à procura de um programa interessante antes de falarmos mal dela.

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